Quando comecei a ler sobre o Fordismo e o Taylorismo e as influências dos modos de produção sobre a cultura educacional, pensei que o texto seria cansativo, mas me surpreendi.
O texto evidencia o quanto o interesse das grandes empresas é determinante para definir o tipo de cultura escolar que é oferecida. No início do século passado, para trabalhar na linha de produção dos carros, não era necessário mão-de-obra especializada; o autor chega a mencionar que até mesmo uma criança de três anos poderia exercer a tarefa executada pelos trabalhadores.
Desse modo, só uma pequena parcela das pessoas é que pensava e decidia, o restante da massa trabalhadora, só caberia obedecer. Também a única motivação que o trabalhador tinha para exercer suas tarefas era o salário, pois o mesmo não participava nas questões humanas do objeto de seu trabalho; produzir o quê e para quem?
Nos sistemas educacionais não há muita diferença: o aluno obedece, pelo menos é o que se espera, enquanto um currículo pensado e decidido por poucos lhe é imposto, negando-lhe o direito à participação na construção do mesmo. As notas passam a ter o valor de um salário, todo o processo educativo é desvalorizado, importando apenas a quantificação dos resultados.
Os modos de produção mudaram. Hoje se espera do trabalhador que ele seja polivalente e tenha inúmeras habilidades aliadas à capacidades e valores. Espera-se naturalmente, que as escolas formem estes profissionais dotados destas qualificações, mas será que nossas escolas conseguem se adequar aos modos de produção, tal qual a velocidade do mercado? Me parece que ainda estamos na era Fordista na maioria das nossas escolas.
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Um comentário:
Olá, Andréia! Tu não estás errada. Realmente, alguns ainda têm resquícios da era do Taylor e Ford. No entanto, a mudança em vários segmentos está ocorrendo e não poderia ser diferente nas escolas.
A boa notícia é que há a preocupação de muitos pelo entendimento global do aluno, na necessidade de desenvolver sua autonomia, visão crítica e sua criatividade, não é mesmo? Abraço, Anice.
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