segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Postagem da quinta semana *

Quando comecei a ler sobre o Fordismo e o Taylorismo e as influências dos modos de produção sobre a cultura educacional, pensei que o texto seria cansativo, mas me surpreendi.
O texto evidencia o quanto o interesse das grandes empresas é determinante para definir o tipo de cultura escolar que é oferecida. No início do século passado, para trabalhar na linha de produção dos carros, não era necessário mão-de-obra especializada; o autor chega a mencionar que até mesmo uma criança de três anos poderia exercer a tarefa executada pelos trabalhadores.
Desse modo, só uma pequena parcela das pessoas é que pensava e decidia, o restante da massa trabalhadora, só caberia obedecer. Também a única motivação que o trabalhador tinha para exercer suas tarefas era o salário, pois o mesmo não participava nas questões humanas do objeto de seu trabalho; produzir o quê e para quem?
Nos sistemas educacionais não há muita diferença: o aluno obedece, pelo menos é o que se espera, enquanto um currículo pensado e decidido por poucos lhe é imposto, negando-lhe o direito à participação na construção do mesmo. As notas passam a ter o valor de um salário, todo o processo educativo é desvalorizado, importando apenas a quantificação dos resultados.
Os modos de produção mudaram. Hoje se espera do trabalhador que ele seja polivalente e tenha inúmeras habilidades aliadas à capacidades e valores. Espera-se naturalmente, que as escolas formem estes profissionais dotados destas qualificações, mas será que nossas escolas conseguem se adequar aos modos de produção, tal qual a velocidade do mercado? Me parece que ainda estamos na era Fordista na maioria das nossas escolas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Postagem da Quarta Semana

Esta semana fui desafiada na atividade de Libras a pesquisar sobre a cultura surda. Ao fazer algumas leituras, descobri que o aluno surdo que frequenta uma escola na rede regular de ensino, sente-se menor, pois a mesma promove a cultura do silêncio. Os alunos não sabem como expressar suas ansiedades e manifestam um sentimento de incapacidade e inferioridade de forma silenciosa.
No caso dos surdos há uma identificação com a deficiência e há uma dificuldade em admitir-se a cultura surda que é multifacetada. Num mundo onde os ouvintes predominam é difícil
para o surdo comunicar-se, daí a necessidade de ter se criado sua própria forma
de expressão, a libras. Porém é necessário que o indivíduo surdo esteja em contato com essa forma de comunicação desde a mais tenra idade, só assim terá acesso a aprendizagem plena, desenvolverá sua autonomia e será capaz de conviver num mundo onde não exista apenas o silêncio e a solidão. É importante compreendermos que a comunidade surda não é um ambiente onde pessoas com dificuldade de comunicação se encontram, mas sim um lugar onde articulam-se, controem vínculos afetivos, sociais e políticos.

sábado, 12 de setembro de 2009

POSTAGEM DA TERCEIRA SEMANA *

Para a realização da atividade proposta na Interdisciplina História da Educação de Jovens e Adultos e Políticas Públicas, o grupo de trabalho do qual faço parte reuniu-se no pólo para a troca de ideias. Foi bastante enriquecedor para mim que nunca tive experiência de trabalho com a EJA analisar junto com as colegas os dados colhidos nas entrevistas realizadas. O que pude perceber é que existe uma opinião unânime entre os professores entrevistados que classifica estes alunos em dois grupos diferenciados: jovens e adultos e que lhes atribui características próprias. De um lado estão os adultos, alunos comprometidos e responsáveis que muitas vezes não alcançam os objetivos propostos devido a fatores externos como: cansaço, problemas familiares e de ordem pessoal que os levam a abandonar a escola pela incapacidade de conciliação. De outro lado estão os alunos jovens que na maioria das vezes frequentam as aulas até o final do ano letivo, mas reprovam por falta de interesse, comprometimento e responsabilidade. A este grupo são atribuídas inúmeras características negativas: uso de drogas, indisciplina, baixo rendimento, problemas familiares e geração de conflitos com os colegas em sala de aula. É claro que não se pode generalizar, sempre há alguma exceção neste grupo já marginalizado. Saí deste encontro com um pensamento: será que estes alunos vão continuar dando errado na EJA, assim como deram errado no ensino regular? Será que a situação só mudará quando tiveram mais idade, o que pressupõe um grau de maturidade maior? O que pode ser feito para mudar este quadro tão desanimador? Espero ao longo do semestre encontrar algumas respostas ou soluções para esta questão.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

POSTAGEM DA SEGUNDA SEMANA

Foi muito agradável ler sobre Comênio. Além de ter aprendido um pouco sobre este autor, percebi o quanto alguém que constrói um trabalho realmente importante fica imortalizado e ao mesmo tempo atualizado. Identifiquei-me muito com as ideias desse autor fabuloso e destaco na minha prática docente, elementos da didática de Comênio: a promoção nas aulas da colaboração entre os educandos, a igualdade entre os mesmos, a importância de se ministrar aulas que respeitem o nível de conhecimento e as esperiências de vida do aluno e o fator primordial: ser o aluno o motivo de nosso trabalho, ser ele e seu aprendizado fator relevante de nossa atuação. A valorização da ética, dos princípios, da afetividade, do respeito são elementos importantíssimos a serem destacados na didática de Comênio, e muito mais do que isso um exemplo a ser seguido em nossas escolas. portanto suas ideias continuam atuais e servem de motivação e mesmo de inspiração para nossa prática nas escolas em que atuamos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

POSTAGEM DA PRIMEIRA SEMANA

Às vezes julgamos ser necessário estudar um referencial teórico muito profundo para nos motivar a ter novas reflexões sobre nossa prática pedagógica, no entanto, ocasionalmente um pequeno texto cheio de significação pode proporcionar isso, ao invés de páginas e mais páginas sobre o referido assunto. Aconteceu comigo quando li o pequeno texto de Helen Buckley, "O meninho" proposto na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação. O texto pequeno, singelo e de fácil compreensão, podendo ser até mesmo usado em sala de aula com os alunos das séries iniciais é bastante complexo e abrangente, nos leva sem querer a imaginar o meninho em sala de aula, com esta professora alienada que pensa que sabe ensinar. Pelo menos foi o que aconteceu comigo, enquanto eu lia, visualizava aquela criança sendo tolhida em sua busca pela autonomia e criatividade, tendo que repetir modelos prontos, sendo ensinada a desaprender sua própria busca individual pela satisfação de construir, de criar seguindo suas intuições. Então percebi que muitas vezes fazemos isso com nossos alunos e com nossos filhos. Não que sejamos maus educadores, às vezes erramos na ânsia por correr contra o tempo e poder concluir alguma atividade em tempo hábil. De qualquer forma, acredito que se já era um hábito meu tentar construir com cada aprendente sua autonomia, creio que agora posso compreender porque muitas vezes alguns alunos parecem não saber fazer nada sozinhos e posso ajudá-los com muita paciência a reaprender a pensar por si e a confiar em suas habilidades.