quinta-feira, 24 de junho de 2010

QUINTA SEMANA

Comecei numa escola nova no municípiode Cachoeirinha, em abril deste ano. Estou vivenciando uma nova realidade docente. Estou encantada com meu novo ambiente escolar, pois até então só lecionava numa escola estadual. É inevitável fazer comparações. Não quero desmerecer o trabalho de meus colegas do Estado, de forma alguma, mas quando se experimenta algo diferente, se pode perceber melhor as diferenças e se pode visualizar o que está certo e o que está errado, e o que funciona e o que não funciona. Nesta postagem, vou mencionar os estudos que fazemos nas reuniões pedagógicas semanais na escola do município. Começando pela seriedade com que o fazer pedagógico é tratado e como se procura dentro do contexto escolar pela eficiência no trabalho docente. Tenho aprendido muitas coisas e percebido que os estudos no PEAD, estão em sintonia com a filosofia de trabalho da escola. Nesta semana discutimos sobre os métodos de ensino. Cada uma de nós recebeu fragmentos de textos para ler e depois discutir com as colegas a sua compreensão do tema. A parte que me coube foi sobre a aula expositiva e sua ineficácia. A aula expositiva apenas não garante a aprendizagem do aluno, dizia o texto e não podemos continuar a tratar o educando como recipiente. É necessário haver uma problematização a respeito do assunto a ser tratado, o aluno precisa ser motivado a compreender que existe um problema a ser resolvido e depois da exposição é preciso que ele pense a respeito do que foi discutido e que apresente soluções, para isso é necessário mexer nas estruturas, formular hipóteses, questionar e opinar. Por exemplo, para verificar se o aluno entendeu pode se pedir que ele explique com suas palavras o que o professor transmitiu e fomentar seu pensamento reflexivo. A aula expositiva pode ser eficiente se o professor mudar sua postura e não descuidar da sequencia do trabalho, que é justamente a ação do aluno. O professor deve conduzir o educando a continuar a pesquisa, desacomodando suas certezas, o professor inicia o trabalho e o aluno deve continuá-lo, desse modo ocorre a aprendizagem através da interação.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

QUARTA SEMANA

Estive recentemente num encontro de formação promovido pela 28ª CRE "Lições do Rio Grande", onde o palestrante o professor Valther Maestro propos uma reflexão a respeito das reformulações do ensino. Muitas de suas falas me remeteram aos estudos realizados no PEAD, nas amplas reflexões que fizemos ao longo de nossa caminhada nas várias interdisciplinas que estudamos. Ao assistir um pequeno trecho do filme Tempos Modernos do genial Charlie Chaplin, onde o mesmo retrata a entrada dos trabalhadores na fábrica como um rebanho, o palestrante nos fez pensar sobre o nosso modelo de escola atual. Lembrei dos textos sobre o Fordismo e da função que era atribuída à escola nessa fase,da situação da classe trabalhadora, da elite que era preparada para desempenhar o papel de domínio em relação aos demais que seriam sempre limitados à funções menos importantes, subordinados ao poder dos mais abastatados. Lembrei da maquinaria escolar e cheguei a triste constatação de que pouca coisa mudou nos últimos tempos em relação a escola que queremos e a escola que realmente temos. As nossas salas de aula continuam com suas classes enfileiradas, ainda se faz espelho de classe para coibir a conversa entre os alunos, o professor ainda dá extrema importância a conteúdos ao invés de se preocupar em desenvolver habilidades nos educandos, ainda se pensa no aluno como um recipiente a ser cheio pelo conhecimento que continua sendo transmitido pelo professor. Por todas estas questões resolvi enfatizar o desenvolvimento da autonomia dos meus alunos e romper com este processo retrógado de ensinar. Apesar de todas as dificuldades que se encontram no percurso estou procurando fazer o melhor com aquilo que tenho e não perder a boa vontade de lutar por mudanças. Esta semana ouvi de um aluno a seguinte frase " prô tu é a melhor professora que eu já tive e eu comecei a ler depois que tu começou a me dar aula", fiquei tão emocionada com esta declaração, apesar do menino estar no segundo ano e ainda ter uma longa caminhada escolar e num futuro próximo nem lembrar mais de mim, mesmo assim senti-me feliz por fazer a diferença na opinião dele e isso reforçou a certeza de que é possível mudar mesmo que sejam mudanças posturais e não estruturais no contexto escolar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

TERCEIRA SEMANA

Apesar de já trabalhar há treze anos em sala de aula, minha experiência com alfabetização é pequena, pois trabalhei muito com terceira série. Neste ano, ao ser nomeada no município de Cachoeirinha, recebi uma turma de 2° ano e precisei me atualizar e me renovar. Procurei aproveitar o que aprendi nas interdisciplinas estudadas e me informar mais. Conversei com as colegas da escola e com a supervisora e me senti desafiada a enfrentar algo, de certa forma novo para mim. Tenho lido sobre os níveis de aprendizagem, e fico impressionada cada dia que observo o que aprendo na teoria sendo exemplificado na prática de sala de aula, no desmpenho das crianças. Percebi claramente a diferença de escrita entre os alunos que estão no nível silábico e dos alunos que estão nos níveis silábico-alfabético e alfabético respectivamente. Percebi a evolução de escrita dos alunos que estavam no nível pré-silábico e evoluiram através de suas observações e hipóteses. Percebo também o quanto é construtivo para as crianças conversarem entre sí para determinar a escrita de alguma palavra sem a minha interferência, desse modo eles fazem suposições e discutem explicando suas teorias uns para os outros. Percebi também que é bom juntar crianças de diferentes níveis na hora dos jogos de escrita de palavras, para permitir aos que ainda não chegaram no nível alfabético contrastar suas ideias. Acredito que eles aprendem melhor atuando junto uns dos outros. O mais importante de tudo é que estou perdendo o receio de trabalhar com alfabetização, principalmente usando o construtivismo, pois a experiência que tinha tido no passado era com o método silábico. Hoje vejo o quanto aqueles textos que usam palavras escritas com as sílabas aprendidas do tipo "Ivo viu a uva", limitam a expansão do aprendizado da criança e impedem os alunos que estão nos níveis anteriores ao silábico de irem adiante em suas aprendizagens.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SEGUNDA SEMANA

Após algumas observações, reflexões e discussões dentro do ambiente escolar, concluí que a meta maior da educação é conduzir o aluno a aquisição da autonomia. Este é nosso grande objetivo como educadores e nosso maior desafio. Mas, quais os caminhos que levam a conquista desta tão importante habilidade? Lembrei-me de uma atividade realizada na disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, onde lemos um texto de Helen Bukley que falava sobre um menininho que gostava muito de desenhar e fazer coisas com barro mas, teve que aprender a esperar e a fazer tudo como a professora mostrava, embora gostasse mais das coisas que criava. Um dia, o menininho mudou de escola e não sabia mais como fazer as coisas sem que a professora fizesse primeiro. Este pequeno texto marcou-me muito e conduziu-me a reflexões importantes sobre a questão da autonomia dos alunos, principalmente os pequenos como os meus do 2° ano. Desde então procurei reforçar ainda mais a independência dos meus pimpolhos, valorizando suas produções, escutando suas sugestões, estimulando sua participação e aproveitando a ajuda de todos dentro da sala de aula. Percebi com isso, que meus alunos desenvolveram uma melhor compreensão dos acontecimentos a sua volta e que conseguem formular opiniões e manifestá-las com mais segurança, também expressam suas emoções através de atividades artísticas com mais naturalidade, aprendem a resolver seus conflitos com pouca ou quase sem intervenções. Atualmente só dou sugestões de como fazer algo, quando a criança solicita ou quando demonstra muita dificuldade, mesmo assim procuro oferecer-lhe mais que uma opção de escolha e incentivo-a a decidir sozinha o jeito que mais lhe agrada, sempre buscando a sua intervenção de forma a ajudar-lhe a conquistar sua autonomia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

PRIMEIRA SEMANA

Resolvi começar por um assunto que considero bastante importante, se não fundamental no que diz respeito ao ambiente educacional, que são as relações entre os sujeitos. Observando meus alunos em situações em que estão trabalhando e eu estou corrigindo livros ou cadernos concentrada, sem que eles percebam presto muita atenção em suas conversas. Mantenho esta postura propositadamente para conhecê-los um pouco melhor, assim agem espontaneamente pois me percebem alheia aos fatos. Dessa forma consigo registrar certos comportamentos e atitudes que não seriam tão fáceis de se perceber se se sentissem observados. Como uma conversa sobre sexualidade que estava sendo discutida por um pequeno grupo durante o intervalo do lanche nesta semana. O grupo conversava e questionava os conceitos das palavras boiola e lésbica com muita segurança e naturalidade, o que talvez não acontecesse se cada um estivesse manifestando sua opinião diante do grupo. Achei extremamente interessante ver como crianças tão pequenas, que a maioria de nós adultos considera ingênuas, já constroem suas opiniões baseadas em vivências e situações presenciadas em seu meio. E com isso, eles mesmo vão ensinando e aprendendo uns com os outros conceitos que não são propriamente ensinados tradicionalmente na escola, mas esta acaba sendo o veículo que conduz a estas aprendizagens informais. Continuei alhei a conversa, pois não fui solicitada a participar dela, apenas ouvi atentamente. Refletindo sobre o fato, cheguei a conclusão de que é importante que as crianças conversem mesmo quando estão executando suas tarefas. Temos ainda aquela ideia de classes e cadeiras enfileiradas, de silêncio absoluto para representação da eficiência do trabalho escolar e é difícil se desvincular desse velho estigma, mas quando presencio pérolas como esta, vejo como a conversa e o barulho das crianças é proveitoso para seu crescimento como indivíduo e sinto-me extremamente feliz em presenciar tais fatos, prerrogativas de quem exerce esta profissão árdua e maravilhosa de ser educadora.

domingo, 25 de outubro de 2009

POSTAGEMDA SÉTIMA SEMANA

Ao ler o texto proposto na EJA para participar no fórum Regina Hara, aprofundei minhas reflexões sobre o tema. Uma das ideias que podem justificar o fracasso dos alunos da EJA é o fato de que a reposição da escolaridade não se faz em pouco tempo ou num tempo pré-determinado, pois desse modo não se respeita a construção do conhecimento que cada um pode realizar. Ao final do período estipulado aquele aluno que não alcançou a meta determinada é reprovado e volta para o ponto de partida, como se não tivesse construído nenhum conhecimento, como se não tivesse evoluído e feito progressos. Desse modo o aluno volta a repetir aquilo que já sabia sendo impossibilitado de praticar o que deveria para evoluir em seus conhecimentos. Esse quadro nãodifere em nada do processo aplicado com as crianças. É necessário que se faça um acompanhamento destes alunos; mesmo que sejam retidos na série ou etapa que não conseguiram vencer, devem ser estimulados a continuar do ponto que pararam a fim de promover o crescimento de suas aprendizagens ao invés de se sentirem frustradoscom o fracasso e desistam de estudar.

domingo, 4 de outubro de 2009

Postagem da Sexta Semana

O filme proposto pela interdisciplina de Libras "Seu nome é Jonas", foi absolutamente emocionante e gerou muitas aprendizagens e reflexões. Emociona, porque trata-se de um drama que nos possilita perceber a difícil adaptação de uma pessoa surda na sociedade e na própria família e todos os desafios e dificuldades que estão implicados nesta situação. Gerou aprendizagens porque para mim que não tenho contato com pessoas surdas, nunca tinha pensado sobre tudo isso como fui levada a fazer após assistir ao filme. Entender o quanto é difícil para o surdo e para sua família construir toda a aprendizagem que possibilita a este indivíduo integrar-se numa sociedade de ouvintes com qualidade de vida a fim de poder desenvolver suas potencialidades e igualar-se em termos de oportunidades à sociedade transpondo as barreiras do preconceito e das limitações, é crucial para podermos intervir de forma solidária e participativa neste processo. Descobri um universo que desconhecia até então. Não basta saber que existem pessoas surdas, isso todos nós sabemos. Compreender que a Libras é fundamental para este indivíduo poder ser, existir e interagir foi fantástico, pois até então eu não tinha noção da importância de que o surdo precisa aprender essa forma de comunicação. De certa forma eu achava que era mímica e todo mundo saberia praticá-la. Agora percebi que é mais complexo do eu imaginava e é tão mais importante do que supunha.