quinta-feira, 3 de junho de 2010

QUARTA SEMANA

Estive recentemente num encontro de formação promovido pela 28ª CRE "Lições do Rio Grande", onde o palestrante o professor Valther Maestro propos uma reflexão a respeito das reformulações do ensino. Muitas de suas falas me remeteram aos estudos realizados no PEAD, nas amplas reflexões que fizemos ao longo de nossa caminhada nas várias interdisciplinas que estudamos. Ao assistir um pequeno trecho do filme Tempos Modernos do genial Charlie Chaplin, onde o mesmo retrata a entrada dos trabalhadores na fábrica como um rebanho, o palestrante nos fez pensar sobre o nosso modelo de escola atual. Lembrei dos textos sobre o Fordismo e da função que era atribuída à escola nessa fase,da situação da classe trabalhadora, da elite que era preparada para desempenhar o papel de domínio em relação aos demais que seriam sempre limitados à funções menos importantes, subordinados ao poder dos mais abastatados. Lembrei da maquinaria escolar e cheguei a triste constatação de que pouca coisa mudou nos últimos tempos em relação a escola que queremos e a escola que realmente temos. As nossas salas de aula continuam com suas classes enfileiradas, ainda se faz espelho de classe para coibir a conversa entre os alunos, o professor ainda dá extrema importância a conteúdos ao invés de se preocupar em desenvolver habilidades nos educandos, ainda se pensa no aluno como um recipiente a ser cheio pelo conhecimento que continua sendo transmitido pelo professor. Por todas estas questões resolvi enfatizar o desenvolvimento da autonomia dos meus alunos e romper com este processo retrógado de ensinar. Apesar de todas as dificuldades que se encontram no percurso estou procurando fazer o melhor com aquilo que tenho e não perder a boa vontade de lutar por mudanças. Esta semana ouvi de um aluno a seguinte frase " prô tu é a melhor professora que eu já tive e eu comecei a ler depois que tu começou a me dar aula", fiquei tão emocionada com esta declaração, apesar do menino estar no segundo ano e ainda ter uma longa caminhada escolar e num futuro próximo nem lembrar mais de mim, mesmo assim senti-me feliz por fazer a diferença na opinião dele e isso reforçou a certeza de que é possível mudar mesmo que sejam mudanças posturais e não estruturais no contexto escolar.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Andréia:

Muito interessante teu questionamento a partir da palestra.

Tens razão em ficar orgulhosa do comentário do teu aluno. Com certeza, fizeste a diferença para ele e isto traduz o discurso de muitos outros alunos.

Grande abraço, Anice.